Manual da Irrigação por aspersão: como funciona, parâmetros de uso e modelos

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A irrigação por aspersão é um dos principais métodos de irrigação utilizados no Brasil e no mundo atualmente. Sua grande vantagem é a versatilidade, uma vez que esse modelo se adequa à diversas culturas.

No post de hoje, você vai entender melhor o funcionamento desse sistema de irrigação e conhecer as diferenças entre os tipos de aspersão. Acompanhe a leitura!

Como funciona a irrigação por aspersão?

Criada no século de 19, a irrigação por aspersão simula o efeito da chuva sobre o solo e as plantas, utilizando um sistema que pulveriza a água.

Esse sistema conta justamente com um mecanismo que chamamos de “aspersor”, que divide a água em jatos e os impulsiona na direção da plantação. Por isso, ele ganhou o apelido de “chuva artificial”.

A irrigação por aspersão é um dos modelos mais eficientes para manejar uma agricultura de precisão, sendo utilizada para irrigar pastagens de gado e plantios diversos, como de milho, batata e fumo.

Parâmetros da irrigação por aspersão

Trouxemos alguns dos principais parâmetros necessários para entender como funciona a escolha pela irrigação por aspersão. Os dados foram retirados do manual da SENAR.

Quanto a água

  • 1 – É preciso analisar o tipo de bocal do sistema que você pretende adotar, já que aqueles com diâmetros menores são mais propensos a entupir com impurezas e, por isso, precisarão da instalação de filtros.
  • 2 – Verificar a qualidade da água que será usada na irrigação, pois quando há alta concentração de sedimentos, isso faz com que a corrosão dos bocais aconteça gradualmente.
  • 3 – Em casos do ponto de captação da água ter muitos sedimentos, o indicado é que se construa um tanque de sedimentação para que a água seja “purificada” antes de ser utilizada na irrigação por aspersão.
  • 4 – Se a sua cultura se trata de alimentos que podem ser consumidos crus (o chamado in natura), é necessário seguir os padrões de qualidade da água para irrigação para esses tipos de alimentos.

Quanto ao solo

  • 5 – Na irrigação por aspersão, você precisa considerar a intensidade dos aspersores em relação à capacidade de infiltração da água no solo. O cuidado é para que a irrigação não se sobreponha a velocidade de infiltração da água no solo da sua propriedade, o que pode causar escoamento e erosão;
  • 6 – Se o problema for a dificuldade de infiltração da água no solo, algumas práticas comuns ajudam a resolver o problema, como a palhada e o plantio direto.

Quanto a cultura

  • 7 – A irrigação por aspersão é mais indicada para culturas que cobrem quase toda a superfície do solo após o seu crescimento total;
  • 8 – A altura das plantas em sua cultura precisa ser considerada na hora da escolha de um sistema de irrigação por aspersão, pois os modelos possuem suas limitações de altura e alcance em área;
  • 9 – É importante lembrar que a irrigação por aspersão não é indicada para determinados tipos de cultura, como de tomate e pimentão, por ajudar no desenvolvimento de doenças específicas dessas plantas. Converse com o seu fornecedor do sistema antes de adotá-lo;
  • 10 – Além das culturas exemplificadas acima, também não é recomendada a irrigação por aspersão para culturas de raízes rasas em solos arenosos.

Quanto a topografia e investimento

  • 11 – O indicado é que a área que será irrigada tenha um declive de 30% no máximo, mesmo que a irrigação por aspersão seja conhecida pela sua adaptação a diversas condições topográficas.
  • 12 – O investimento varia muito de acordo com o tamanho da sua cultura e do tipo de irrigação por aspersão que será necessária, sendo que os modelos convencionais costumam custar mais do que os mecanizados.
  • 13 – Sistemas móveis e que não demandam reformas locais para instalação devem ser considerados como um investimento a longo prazo pelo produtor.

Tipos de irrigação por aspersão

Hoje em dia, a agricultura trabalha principalmente com três tipos de irrigação por aspersão: sistema convencional, pivô central e sistema autopropelido. Veja como funciona cada um:

1 – Irrigação por aspersão convencional

Esse é o modelo mais tradicional e também o mais básico. Aqui, o aspersor é um dispositivo simples que lança os jatos de água de diferentes tamanhos através de um bocal.

Os irrigadores por aspersão convencional são classificados como permanentes, semipermanentes, portáteis ou semi portáteis:

  • Permanente: esse sistema possui tubulações fixas enterradas, que não se movem de um lado para outro. Precisa cobrir toda a área a ser irrigada.
  • Semipermanente: esse sistema possui canalizações portáteis, que também devem cobrir toda a área a ser irrigada.
  • Portátil: esse sistema possui equipamentos móveis que podem ser livremente deslocados, cobrindo áreas em que não haja tubulações.
  • Semiportátil: conta com uma linha de tubulação principal e hidrantes em linhas laterais posicionados em cada ponto de mudança.

2 – Irrigação por pivô central

Esse é um tipo de irrigação por aspersão mais tecnológico, indicado para uso em grandes áreas. Seu custo também é mais alto.

O pivô central consiste em uma base fixa responsável pela sustentação de uma tubulação aérea. A água é conduzida para a tubulação através de lances e distribuída para aspersores suspensos, que realizam a irrigação em jatos.

Todo o equipamento se movimenta através de motores elétricos ou movidos a diesel de forma automatizada, se deslocando em círculos sobre rodas.

3 – Irrigação por aspersão autopropelido

Por fim, o último tipo de irrigação por aspersão (e o mais indicado para pequenas e médias propriedades) é o sistema autopropelido por carretel. Aqui, o aspersor é um equipamento só, chamado de canhão.

O canhão fica posicionado em um carro móvel, que é recolhido automaticamente com a própria força da água. Enquanto isso, ele vai lançando o jato de água na plantação!

A irrigação por carretel traz lucros para a propriedade aumentando a produção e economizando tempo, uma vez que a mangueira é recolhida de forma automatizada. Por ser móvel, também não ocupa espaço, proporcionando áreas livres para o trabalho.

Conclusão

Esperamos ter esclarecido o funcionamento e as diferenças entre os diferentes tipos de irrigação por aspersão. Agora você já pode identificar o melhor sistema para a sua propriedade, prezando sempre pela eficiência e pela produtividade do seu negócio.

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