A gessagem agrícola é um método até muito usado entre os produtores. Pois, além de diminuir a toxidez por alumínio nas camadas superficiais, fornece Cálcio e Enxofre para as plantas. Isso proporciona um melhor desenvolvimento do sistema radicular e consequente aumento da produtividade.
Como preparar a gessagem do solo?
A gessagem apropriada submete-se a um bom monitoramento regular por análises de solo. Por isso, é importante coletar os dados para checagem sobre o tipo de solo, averiguar os mapas de produtividade e iniciar as operações agrícolas.
Desse modo, para estabelecer a divisão das doses em um ou mais anos, observe o valor do produto, da distribuição e do transporte, além de estar ciente do custo de produção ao certo. Assim, seu maquinário já pode estar pronto para enriquecer o solo com gesso.
Caso seja necessária a adubação fosfatada corretiva, efetue a gessagem também nesse momento. Sendo assim, o acúmulo de matéria orgânica na superfície pode reduzir o efeito da presença de Alumínio tóxico no solo, em intervalos menores e com pequenas doses (1,0 a 2,5 t/ha).
Como fazer o cálculo da quantidade de produto a ser aplicado?
A porção de gesso deve ser orçada com base na área coberta (SC) pelo corretivo. Se forem culturas perenes, 75% e em caso de culturas anuais 100%. A profundidade que o produto poderá alcançar (PF) também controla a quantidade de gesso. Baseado nessas informações, utiliza-se a fórmula abaixo:
QG (t/ha) = NG x (SC/100) x (PF/20), sendo que,
- QG = quantidade recomendada de gesso em t/ha;
- SC = superfície coberta pelo gesso;
- PF = espessura que o gesso deverá atingir.
Existem diversos modelos de indicação de gesso, porém o mais aplicado é o apresentado por Souza et al (1997):
- Para culturas perenes a NG (kg/ha) = 75 x % argila;
- Para culturas anuais a NG (kg/ha) = 50 x % argila.
Quando aplicar?
Inicialmente, tenha o diagnóstico atual da área do solo e certifique-se das condições que apontam a necessidade de gesso:
- Cálcio menor que 0,5 cmolc/dm3;
- Alumínio maior que 0,5 cmolc/dm3;
- Saturação por alumínio maior que 20%;
- Saturação por bases (V%) menor que 35%.
Há diversas formas de calcular a necessidade de gesso, mas a mais comum é descrita das características abaixo!
- Argila entre 0 a 15% necessita de gesso (t/ha) 0,0 a 0,4;
- Argila entre 16 a 35% necessita de gesso (t/ha) 0,5 a 0,8;
- Argila entre 36 a 60% necessita de gesso (t/ha) 0,9 a 1,2;
- Argila entre 61 a 100% necessita de gesso (t/ha) 1,3 a 1,6.
Quais são os benefícios?
Neste tópico, veremos quais as vantagens de contar com essa estratégia agrícola em seu solo.
Fornece cálcio e enxofre para a nutrição das plantas
As plantas estão cada vez mais sofrendo de deficiências de enxofre (S) e o solo não está fornecendo enxofre suficiente. Por isso, o gesso é uma excelente fonte destes “faltosos” que servem para nutrir as plantas e melhorar o rendimento das colheitas.
Regula solos ácidos e serve para tratar a toxicidade do alumínio
Uma das grandes vantagens do gesso é a capacidade de reduzir a toxicidade do alumínio, que costuma acompanhar a acidez do solo e, principalmente, do subsolo. Assim, o gesso pode melhorar alguns solos ácidos ainda mais do que o calcário, promovendo raízes mais profundas que trazem grandes benefícios às lavouras.
Melhora a estrutura do solo
Em solos com proporções desfavoráveis de cálcio-magnésio, o gesso pode melhorar a proporção. Adicionar cálcio solúvel pode superar os efeitos de dispersão dos íons magnésio e sódio, bem como promover a floculação e o desenvolvimento da estrutura em solos dispersos.
Favorece a infiltração de água
O gesso também aumenta a capacidade de drenagem do solo, evitando que fique alagado devido à combinação de alto teor de sódio, argila expansiva e excesso de água. Por essa razão, é importante a aplicação de gesso no solo para permitir que a água penetre e que a colheita se desenvolva bem.
Ajuda a reduzir o escoamento e a erosão
Os especialistas explicam como o gesso ajuda a manter o fósforo e outros nutrientes nos campos de cultivo. O gesso deve ser considerado nas melhores práticas de manejo para reduzir as perdas de P solúvel. Isso faz com que haja uma redução considerável de escoamento e erosão.
Em suma, a gessagem pode promover bons resultados, mas o excesso de gesso também pode depauperar os nutrientes das camadas mais superficiais do solo. Desse modo, a aplicação deve ser realizada a partir de uma análise de solo de maneira adequada com as instruções de um profissional da área.
Gostou do artigo? Então aproveite para conhecer também: “Sistema de plantio: como escolher o mais eficaz“.