O Manejo Integrado de Pragas (MIP) é um conjunto de técnicas utilizado para otimizar o controle das pragas no meio agrícola, entre elas ácaros, insetos, doenças e plantas daninhas. Esse sistema vem sendo cada vez mais empregado por ser uma alternativa para diminuir o uso de agrotóxicos, colaborando para um cultivo mais sustentável.
Como funciona o Manejo Integrado de Pragas
O Manejo Integrado de Pragas (MIP) surgiu em 1960 como uma solução para permitir o cultivo das lavouras sem danos econômicos decorrentes de pragas. O MIP não tem como objetivo eliminar as pragas, mas promover uma redução da população, mantendo o controle e equilíbrio do ecossistema.
Uma das principais estratégias do MIP é a preservação dos predadores naturais das pragas, também conhecidos como agentes benéficos. É realizado um trabalho de análise e monitoramento dos sintomas dos cultivos para identificar a praga-chave (doença, inseto, etc) que está causando problemas na cultura. Só assim, é possível adotar a melhor estratégia para o manejo.
Táticas de controle do MIP
* Agentes biológicos: o biocontrole é feito através da introdução de inimigos naturais das pragas ou doenças, como insetos, vírus, protozoários, fungos, etc, que podem ajudar a reduzir as infestações de forma natural e equilibrada;
* Feromônios: são utilizadas armadilhas comportamentais, com feromônios, para atrair as pragas e realizar o controle;
* Sementes resistentes: algumas variedades de plantas desenvolvem mecanismos de defesa ou são repelentes às infestações, tornando-se alternativas de baixo custo e mínimo impacto ambiental;
* Produtos químicos: a utilização de produtos químicos é considerada a última alternativa dentro das estratégias do MIP, mas também tem suas vantagens, como a facilidade de aplicação e o baixo custo.
* Manejo cultural: é a realização de ações preventivas na lavoura para evitar a presença e proliferação de pragas, como a remoção de restos culturais e de plantas daninhas entre uma safra e outra, além da irrigação apropriada.
Você sabia que sistemas de irrigação de baixo custo existem e fazem toda a diferença para pequenos e médios produtores?
Como fazer o monitoramento de pragas?
Mesmo aplicando todos os pilares do MIP, citados acima, o produtor precisa monitorar quais são os efeitos das práticas na plantação. O monitoramento é feito com um instrumento chamado “pano de batida”. É, literalmente, um pano mesmo. Na prática, você vai precisar de um pano branco, grande, preso em duas extremidades (geralmente varas de 1 a 2 metros).
Esse pano deve ser colocado entre duas fileiras da sua plantação, estendido. Depois disso, você vai precisar sacudir as plantas, para que as pragas presentes caiam em cima do pano. Existem três posições para realizar essa ação, como na figura:
Assim que isso for feito, o próximo passo é verificar as formas das pragas:
* Que tipo de pragas caíram no pano?
* Estão na fase adulta ou ainda jovens?
* Quantos caíram?
Essas informações precisam ser documentadas, pois será a sua “ficha de amostragem”. A forma de anotar estes dados fica a escolha do produtor, desde que o acesso às informações seja fácil e que elas não se percam.
Amostragens e frequência
O passo a passo acima é referente a uma amostragem. Ou seja, para realizar o MIP, você precisa de:
* um mínimo de 6 amostragens para lavouras com até 10 hectares;
* um mínimo de 8 amostragens para lavouras com até 30 hectares;
* um mínimo de 10 amostragens para lavouras com até 100 hectares.
A frequência da coleta dessas amostragens varia com o período em que está a sua produção. Por exemplo, em momentos críticos, em que a plantação sofre mais com as pragas, o produtor precisa realizar as amostragens toda a semana para que o monitoramento seja mais preciso.
Esperamos que tenha gostado das dicas para começar a fazer o manejo integrado de pragas em sua plantação. Boa sorte e conte com a gente!